O dia em que Mario Balotelli zombou da Alemanha e do racismo

O certo é que a parte racista da Itália terá de engolir a própria língua, se quiser ver a “Squadra Azzurra” campeã da Eurocopa

Por Rita Zanon

Em qual lugar a Itália (principalmente a do norte) guardará o seu racismo, depois dos dois maravilhosos gols marcados pelo Mario Balotelli contra a Alemanha, na semifinal da Eurocopa? Difícil responder, porque na Itália (assim como na maioria dos países da Comunidade Européia) o racismo se tornou algo normal, que faz parte do cotidiano. “A minha pátria é a língua portuguesa”, escreveu Fernando Pessoa. Mario Balotelli, nascido na Itália, filho de imigrantes ganeses e adotado por um casal italiano, escolheu a língua de Dante como sua pátria aos 18 anos de idade.

Ao final da partida, enquanto todos os jogadores do banco italiano correram para dentro do campo, Mario Balotelli permaneceu imóvel e sereno. Alvo de inúmeras demonstrações de racismo ao longo de sua carreira, desde os tempos em que defendeu a Inter de Milão, Mario se contrapõe ao racismo de maneira altiva, tal qual Muhammad Ali.

O certo é que a parte racista da Itália terá de engolir a própria língua, se quiser ver a Squadra Azzurra campeã da Eurocopa.

Via Outras Palavras